20.1.11

Summer Soul Festival

A ideia de começar o ano com um festival que celebrasse o clima do verão com muita música boa foi bem recebida por toda as cidades pelas quais o Summer Soul Festival passou. Mas o conjunto de artistas que antecedeu o show mais esperado da noite não foi forte o suficiente para que o público o concebesse como um festival. A maioria, na qual eu me incluo, estava lá para ver o show da diva (ainda que não em sua melhor forma) do new soul: Amy Winehouse. Alguns alimentados pelo desejo de qualquer escândalo que ela pudesse protagonizar. Outros pela própria Amy que, mesmo aos trancos e barrancos, continua sendo uma grande artista dona de uma voz incrível e de muita personalidade.
Confesso que para mim o festival, em si, foi uma grande surpresa. Nomes pequenos, que, em sua maioria, não estão no mainstream se mostraram talentosíssimos! Miranda Kassin, que pode ser vista como cover da Amy no Studio SP, se apresentou junto com André Frateschi, que, por sua vez, faz tributo a Bowie também no Studio SP, interpretando um set list todo internacional. O coletivo Instituto (que vale todas as penas ser ouvido!) entrou no palco e foi chamando, um a um, convidados como Thalma de Freitas (a bonita da Globo e vozeirão da Orquestra Imperial), Emicida (que vem, com muita qualidade, botando o Rap nas pistas) e Céu, que fizeram muito soul em português, aquecendo a pouca platéia presente para as três atrações principais.
A primeira atração "principal" a entrar no palco foi o faz-tudo Mayer Hawthorne. Faz-tudo porque o cara é cantor, compositor, DJ, produtor, rapper, etc, etc, etc. Eu nunca tinha ouvido falar dele e gostei. Ele não animou muito o público, até porque o som do cara é um pouco mais tranquilo, mas me fez dançar e ando ouvindo muuuuito em casa! Depois entrou a explosiva e topetuda Janelle Monáe, já mais conhecida e cheia de disposição. Fez um show super performático, cheio de energia e não economizou a voz mais que potente. No meio das batidas elétricas ela cantou lindamente "Smile", melodia de Chaplin, e me arrepiou. Mas o fato é que a essas alturas o povo estava mesmo querendo ver Misses Winehouse e eu duvido muito que alguém, além da própria, conseguiria animar, de verdade, a multidão.
23h40, atrasada, Amy pisou no palco. Começou o show com Just Friends, que não convenceu e foi, visivelmente, uma péssima escolha para primeira música. Back to Black e Tears Dry On Their Own animaram e fizeram todo mundo cantar junto. Depois dois covers, três músicas sem muito efeito e ela saiu do palco, deixando o espaço para dois números solos de um dos animadíssimos backing vocals. Amy voltou com Rehab (música com um dos refrãos mais chicletes dos últimos tempos) e a galera foi a loucura com o NO, NO, NO. Ela me pareceu especialmente perdida nessa música, como se estivesse confusa com o tempo, não sei. Valerie e, a minha preferida, You Know That I'm No Good foram muito boas, mesmo ela tendo esquecido um pedacinho dessa última. A banda saiu do palco e eu realmente achei que o show tinha terminado, mas eles voltaram com Love is a Losing Game e Me and Mr. Jones. "Thank You" e o show realmente acabou.
O show foi justo. Não surpreendeu, não decepcionou. Não surpreendeu os fãs de verdade que já esperavam por uma apresentação curta e sem energia, respeitando as limitações físicas e psicológicas da cantora. Não decepcionou o diz-que-me-diz dos interessados em presenciar qualquer sinal de decadência, devidamente nutrido por todas as vezes que Amy tropeçou, errou o tempo, esqueceu a letra ou bebeu um líquido não identificado dentro de uma caneca. Para mim, que fui conferir se a voz poderosa é mesmo tão poderosa ao vivo, o show valeu bem a pena. A voz é forte, quase única e, infelizmente, carente de uma representação condizente. Quanto ao Summer Soul Festival faltou organização: os telões eram pequenos demais e falhavam durante o show, a cerveja acabou antes da Amy começar a tocar e as filas para usar o banheiro eram caóticas. E olha que a Mondo Entretenimento, organizadora do evento, não é nenhuma iniciante... Eu, daqui, espero que o próximo grande show seja melhor organizado e que a bonita da Amy tome menos Uísque e mais vergonha na cara e volte digníssima ao Brasil para mostrar para esse povo do que seu vozeirão é realmente capaz.

Para ouvir: Just Ain't Gonna Work Out - Mayer Hawthorne

Até já,
Paula Vidal 

19.1.11

E em 2011...

Depois de tanto tempo sem dar as caras, eu não sei com que cara aparecer. Mesmo que ninguém leia, que ninguém me cobre por posts, eu acabo me cobrando. É que depois desse tempo eu perdi um pouco o jeito e cada dia o blog parece estar mais distante, ainda que eu tenha muito a dizer. O que anda me tirando o sono é o que falar e como falar. Então resolvi tratar o blog como um "caderno de sensações" e escrever sobre o que posso e quero escrever. Sem mais. Fazendo juz ao nome, vou falar sobre o que eu vejo. Ou sobre o que eu deixo de ver. Vou falar sobre o que eu quiser falar, afinal o blog é meu e muito meu. A propósito, falando em muito eu, eu passei na faculdade e logo começam minhas aulas. Quem sabe a vida de estudante de jornalismo não me anima com o blog?
Até já,
Paula Vidal