31.8.10

Happy Ending

Cada dia que passa Liverpool vai ficando mais distante. Hoje, não por acaso, Liverpool chegou mais perto de mim. Hoje soube que o último perdido pela saga européia voltou. Agora estamos todos aqui e eu posso, mesmo que por pouco, me sentir um tantinho como me senti por lá. Das pessoas com quem mais convivi no meu universo paralelo, eu fui a primeira a voltar pro Brasil. Além da falta de Liverpool, do meu namorado, das pessoas que ficaram na Inglaterra ou em algum lugar do continente europeu, eu senti muita falta de alguém que pudesse se sentir como eu. Acho que só agora consegui dizer um tchau, não menos doído, mas mais conformado para todos os momentos incríveis que passei.
Estamos marcando o primeiro encontro da galera de Liverpool. É um alívio saber que sentimos saudades. É um alívio saber que não nos deixamos para trás. Afinal, duvido que Liverpool seria a mesma sem as pessoas, mas o Brasil vai ser sempre melhor com elas por perto.
Ah, o Henrique fez um vídeo super gracinha de despedida das seis semanas. Ele colocou no Youtube hoje e aqui vai ele:



Para quem voltou agora: welcome to reality:)
p.s.: estou tomando coragem para me expor e explicar aqui essa história (que muita gente já sabe) de "Paula, a zuada" Mas acho que vou precisar de uma ajudinha do meu digníssimo namorado para isso.
Até Já,
Paula Vidal

27.8.10

Arriba!

Eu sei exatamente o que se passa na cabeça de um brasileiro quando o assunto é México: novela, pimenta e tequila, muita tequila. A questão é que essa viagem me foi muito útil nessa coisa de conhecer novas culturas. E estou aqui, relativamente gabaritada, para dizer que nem só de novela, pimenta e tequila vivem os mexicanos. Se eu aprendi uma coisa nessa viagem é que os mexicanos sabem se divertir. Tudo bem, nessa coisa de se divertir tem mesmo muita tequila. Mas seja como for, eles parecem saber encontrar a felicidade em qualquer lugar.
Eu acho que quando se está longe de casa você passa a procurar uma nova casa. Um novo sentimento de lar, de mãe e pai, de colo quente. Os mexicanos, especialmente a Alê e o Ernesto, dois queridíssimos, ajudaram a fazer de Liverpool a casa que eu procurei fora da minha casa. Eu não sei bem dizer de onde surgem certas empatias. É fato que de todos os estudantes, brasileiros e mexicanos construíram uma relação mais próxima. Talvez a língua, o sangue latino e a disposição para fazer festa tenham ajudado. Mas eu acho que as afinidades vão bem além.
Primeiro, nosso jeito de se divertir é bem parecido: música e álcool. É fato que eles bebem MUITO mais do que os brasileiros, em geral. A propósito, eles nos fizeram experimentar uma bebida que muito me agradou (bem mais do que os doces de pimenta e tamarindo). A Michelada é feita de cerveja, suco de limão, sal e molho de pimenta. Eles têm até técnicas para beber. É um tal de viver o copo, colocar a mão em baixo e... eu não consegui. Derrubei toda a cerveja na minha roupa. Anyway, as baladas com os mexicanos eram sempre engraçadíssimas. A cor, a alegria, a energia era sempre sempre contagiante.
O Ernesto foi comigo para Londres. Lá conversamos muito sobre México e Brasil, como conversei diversas outras vezes com a Alê. Ser jovem em um país subdesenvolvido da américa nos faz iguais em muitos pontos. Temos uma história em comum, temos problemas em comum, temos medos e inseguranças em comum. Temos sonhos em comum. Quando eles me contavam, com tristeza, dos problemas de segurança do México, da questão dos traficantes de drogas e da violência eu podia balançar a cabeça e com toda certeza dizer: "eu sei bem como é". Como eles sabem exatamente o que é viver um um país onde tudo que depende do estado não funciona lá muito bem. Passávamos horas discutindo política, discutindo educação, discutindo segurança. Passávamos horas falando sobre sonhos, planos, sobre futuro dentro ou fora de nossos países de origem. Passávamos horas fazendo uma coisa que os ingleses nunca entenderiam: sendo jovens cidadãos da América subdesenvolvida.
Esse post é totalmente dedicado a eles, que fizeram tão parte da minha viagem, e que farão parte da mim por muito tempo.
Para ouvir: Para Lennon e McCartney - Milton Nascimento
Fotos (de cima para baixo): 1. brasileiros e mexicanos na Meet; 2. Eu e Alê; 3. brasileiros e mexicanos no Cavern; 4. Eu, Henrique, Ernesto e Alex em Londres; 5. Alê, Eu, Ernesto e a tal da Michelada no 15; 6. brasileiros e mexicanos na festinha de despedida no 15.
Até Já,
Paula Vidal

17.8.10

Pecadinho

Já procuraram no dicionário o significado literal de preguiça? Ei-lo: "1 pouca disposição para o trabalho; aversão ao trabalho; inação; mandriice 2 demora ou lentidão em fazer qualquer coisa; idôlência, moleza; morosidade, negligência (...)". Não é para menos que a pobre preguiça seja (mal) vista como pecado. Pois devo lhes dizer que me sinto pessoalmente ofendida com essa definição. Não que eu tenha pouca disposição ou aversão ao trabalho. Muito pelo contrário. Mas a minha lentidão é quase crônica. E vocês, se é que ainda há algum dos "vocês" por aí, já devem ter percebido. Tenho minhas explicações, caso queiram. Caso não, pulem para o próximo post.
Bom, como sabem eu passei algum tempo na Inglaterra. Como não sabem eu costumava estudar jornalismo antes de resolver passar um tempo na Inglaterra. E agora não estudo mais. Não estudo porque agora sou uma estudante de cursinho. Agora eu estudo física, química, matemática e derivados. Para quê? Para voltar a estudar jornalismo. Faz todo sentido, não? De qualquer forma não tem sido muito fácil acordar às 5h20 da manhã para estudar as matérias das quais eu fugi, como diabo da cruz, durante os três anos do ensino médio. Menos fácil foi ter que começar essa rotina uma semana depois de ter voltado de Liverpool, meu paraíso inglês. Além disso, há a minha, e tão minha, preguicinha. É óbvio que o blog ficou em segundo plano. Ainda tenho muito o que escrever sobre a viagem. Mas agora tenho muita coisa para escrever sobre a minha volta, sobre as coisas que tenho visto por aqui. Então eu acho que os textos não vão seguir uma linha cronológica racional (razão?). Agora que as coisas estão ficando mais leves eu vim me desculpar pela ausência e tentar a absolvição pela preguiça. Estou trabalhando na minha meta para doismilesempre: ser menos preguiçosa. Enquanto isso eu faço minhas as palavras de Zeca Baleiro: "Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo tende piedade dos pecadinhos, que de tão pequenininhos não fazem mal a ninguém."
Até já,
Paula Vidal